
A Imprensa, em vez de ser um sacerdócio, tornou-se instrumento de partidos; de instrumento passou a comércio; e, como todos os comércios, não tem lei nem rei. Todo jornal é um bazar que vende ao público palavras da cor que ele quiser (...). Se existisse um jornal de corcundas, provaria noite e dia a beleza, as vantagens e a necessidade dos corcundas. O jornal já não é feito para esclarecer, mas para adular opiniões. Por isso, daqui a algum tempo, todos os jornais serão covardes, hipócritas, infames, mentirosos, assassinos; vão matar idéias, sistemas, homens, e por isso mesmo vão prosperar. Terão a vantagem de todos os entes abstratos: o mal será feito, e não haverá culpados. (...) O jornal pode se permitir a conduta mais atroz, e ninguém se acha pessoalmente sujo. (BALZAC, Honoré de. Ilusões perdidas. Tradução de Ivone Castilho Benedetti. Porto Alegre: L&PM, 2007, p. 297)
NOTA: escrito por volta de 1840.
NOTA: escrito por volta de 1840.
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