
É ridículo                      imaginar que, sem o domínio adequado do idioma, alguém                      pode ter acesso à alta cultura. Um dos sinais mais                      patentes de incultura é a propensão ou hábito                      de crer que a boa escrita é apenas um adorno exterior,                      alheio à qualidade do pensamento. Dante explicava que                      a gramática é a estrutura material do pensamento                      expresso. Se você não apreende sequer a estrutura                      material, como vai orientar-se nas abstrações                      da lógica, nas sutilezas psicológicas da retórica? (...)
Que pessoas tão obviamente mal formadas se aventurem a opinar nas grandes questões da cultura superior e ainda se atrevam a fazê-lo num tom de desprezo olímpico que até mesmo eruditos tarimbados evitam adotar exceto em casos extremos, eis aí um grave sinal de alienação, de falta de consciência da verdadeira posição que ocupam na hierarquia das capacitações intelectuais. Essa posição é muito baixa, mas ou eles não sabem disso, ou, sabendo-o e não suportando sabê-lo, buscam compensar essa constatação deprimente mediante a afetação de uma superioridade que não têm. Se fossem os únicos a fazer isso, seriam doentes de histeria. Como esse tipo de fingimento histérico se tornou endêmico na juventude falante, são apenas sinais dos tempos, índices sociológicos de uma época em que tudo se tornou burla, histrionismo, palhaçada.
Que pessoas tão obviamente mal formadas se aventurem a opinar nas grandes questões da cultura superior e ainda se atrevam a fazê-lo num tom de desprezo olímpico que até mesmo eruditos tarimbados evitam adotar exceto em casos extremos, eis aí um grave sinal de alienação, de falta de consciência da verdadeira posição que ocupam na hierarquia das capacitações intelectuais. Essa posição é muito baixa, mas ou eles não sabem disso, ou, sabendo-o e não suportando sabê-lo, buscam compensar essa constatação deprimente mediante a afetação de uma superioridade que não têm. Se fossem os únicos a fazer isso, seriam doentes de histeria. Como esse tipo de fingimento histérico se tornou endêmico na juventude falante, são apenas sinais dos tempos, índices sociológicos de uma época em que tudo se tornou burla, histrionismo, palhaçada.
Olavo de Carvalho
25 de outubro de 2009
Fonte: http://www.olavodecarvalho.org/textos/091026burros.html
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